RP Mobi e Prefeitura de Ribeirão Preto rompem contratos com empresa suspeita de envolvimento com PCC
02/09/2025
(Foto: Reprodução) Prefeitura de Ribeirão Preto mantinha contrato com banco suspeito de lavar dinheiro para o
A Prefeitura de Ribeirão Preto (SP) mantinha pelo menos dois contratos com o BK Bank nas áreas de saúde e transporte. Os acordos foram rompidos neste ano, mas nenhum deles faz parte das investigações que ligam a fintech com o crime organizado.
Na semana passada, uma megaoperação deflagrada pela Polícia Federal, pela Receita Federal e pelo Ministério Público apontou o BK Bank suspeito de envolvimento no esquema de lavagem de dinheiro para a organização criminosa Primeiro Comando Capital (PCC).
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As investigações indicam que a empresa, que fica no Jardim Paulista, a 300 metros do prédio da Receita em Ribeirão Preto, movimentou R$ 46 bilhões.
O acordo entre BK e a RP Mobi, que administra o trânsito na cidade, foi firmado em março de 2023, na administração passada, e prorrogado no ano passado. A empresa era responsável por gerenciar os pagamentos em crédito e débito dos serviços da RP Mobi.
De acordo com informações do Portal da Transparência da Prefeitura de Ribeirão Preto, foram pagos R$ 3.036.481,15 para o BK entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2025.
BK Bank mantinha escritório a 300 metros do prédio da Receita Federal, em Ribeirão Preto (SP)
Tiago Aureliano/EPTV
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À EPTV, afiliada da TV Globo, a RP Mobi informou que, assim que tomou conhecimento das investigações, suspendeu imediatamente o uso das máquinas de cartões e adotou providências administrativas.
Segundo a prefeitura, o descredenciamento do BK Bank foi formalizado e publicado no Diário Oficial de segunda-feira.
"A RP Mobi reforça que não compactua com qualquer tipo de irregularidade. Todas as transações realizadas ocorreram dentro da legalidade com total regularidade, não havendo pendências financeiras entre as partes", diz em nota.
A RP Mobi também informou que recebeu da BK R$ 626 mil de taxas pagas pelos munícipes em operações realizadas por meio de máquinas de cartão eletrônico.
Este valor é de um total de R$ 743 mil que a BK recebeu de quem tinha pendências com a RP Mobi, o que significa que o lucro da prestadora de serviço foi de R$ 117 mil em três anos.
A defesa do BK Bank afirma que tem regularização e autorização do Banco Central para trabalhar no mercado financeiro e diz, em nota, que se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
Contrato com a Secretaria de Saúde também foi cancelado
Além do contrato com a RP Mobi, o BK Bank também mantinha um contrato com a Secretaria de Saúde, fechado em novembro de 2023, também na administração passada.
O acordo servia para fornecimento de cartões eletrônicos de benefício vale fralda para quem tinha processos judiciais.
O valor era de quase R$ 3, 2 milhões e foi pago nos últimos anos, de acordo com informações do Portal da Transparência. Segundo a pasta, o contrato não foi renovado pela atual administração porque a empresa tentou o reequilíbrio da taxa de manutenção, o que foi negado em fevereiro deste ano.
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