Traduzindo o julgamento: defesas não negam atos golpistas, mas tentam excluir participação de seus clientes

  • 02/09/2025
No primeiro dia do julgamento da trama golpista, nesta terça-feira (2), as defesas e dos quatro réus que já se pronunciaram adotaram uma linha comum: não negaram a existência dos atos golpistas, mas buscaram afastar a participação direta de seus clientes. Falaram nesta terça as defesas de: Mauro Cid (delator e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro); Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-diretor da Abin); Almir Garnier (ex-comandante da Marinha); Anderson Torres (ex-ministro da Justiça). Estratégia processual Os advogados centraram os esforços em dois pontos processuais. Primeiro, questionaram a validade da delação premiada de Mauro Cid, alegando que teria havido problemas na voluntariedade do acordo. Todas as defesas, em uníssono, afirmaram que “essa delação deu problema e não pode ser usada” — com a exceção da própria defesa de Cid, que reforçou sua validade. Além disso, houve críticas ao acesso ao material produzido pela investigação, que teria demorado a chegar às partes, o que, segundo os advogados, impediria seu uso para formação da convicção dos ministros. No mérito No campo do mérito, os defensores seguiram uma estratégia pragmática. Como lembrou uma das sustentações, não faria sentido negar a ocorrência da tentativa de golpe de Estado, uma vez que a Primeira Turma do STF já condenou outros acusados por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado durante os mesmos eventos. Assim, os advogados evitaram contestar os fatos reconhecidos previamente pelo tribunal. Distinção individual A principal tática, portanto, foi diferenciar a conduta de cada cliente em relação ao plano golpista. Cada advogado tentou mostrar que, embora o contexto geral seja o mesmo, a adesão de seus clientes às tratativas não estaria comprovada. “Esse é o papel da defesa: reforçar o comportamento individual e afastar a vinculação ao golpe”, resumiu um dos advogados. Ao longo do julgamento da trama golpista, o g1 vai contar com o auxílio dos juristas Pedro Kenne e Thiago Bottino para traduzir termos complicados do mundo jurídico, esclarecer as principais divergências e pontuar manifestações relevantes. Thiago Bottino é professor de direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.

FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/09/02/traduzindo-o-julgamento-defesas-nao-negam-atos-golpistas-mas-tentam-excluir-participacao-de-seus-clientes.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Top 5

top1
1. Raridade

Anderson Freire

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

Anunciantes